Porque Deus nos ama

Como um carro desgovernado tendendo a um abismo, um grupo de presas caminhando em direção aos seus mais cruéis predadores, assim nos tornamos após a Queda no Éden. Por esse pecado, a morte conquistou seu reinado e o relacionamento entre Deus e o homem transformou-se radicalmente a ponto de o Criador ser uma figura tão desconhecida e confusa para uma humanidade caída, que até mesmo um simples animal era um potencial candidato a deus. A compreensão de Deus pelo homem mudou.

Após esse episódio, fico me perguntando o que seria de nós se Deus nos deixasse a nossa própria sorte. Que rumo teria tomado a idolatria – eu me questiono sobre ela, porque quase choro quando vejo que nações afundadas em miséria e todo tipo de lástima são as mais idólatras. Com relação a nós, como estaríamos? O fim, sem duvida alguma, seria previsível: Uma quantidade incontável de pessoas sofrendo a maior de todas as consequências de uma vida longe de Deus: a morte eterna.

Entretanto, após a Queda, eu vejo algo completamente diferente e surpreendente: Deus, em sua santidade, à procura de pecadores para mostrar-lhes sua glória, seu amor e o maior e melhor plano que o universo conheceu: a Redenção por meio de Jesus – Glórias a Deus! Enfim, Deus procura pessoas para se relacionar. Parece que, ao contrário da nossa compreensão, a de Deus por nós segue intacta.

O Senhor se deixa conhecer, se apresenta a Moisés com um EU SOU que ainda hoje não compreendemos a abrangência do “Ser”. Ele se comunica, por meio dos profetas, e quando não obtém um retorno positivo, se entristece, lamenta, se ira, anuncia condenação e mais a frente, em meio a um ínfimo indício de arrependimento e quebrantamento, desfaz prontamente o juízo e dá livramento. A propósito, essa foi a forma de contato, de comunicação entre Deus e o homem por muito tempo. A não ser pelos profetas, a voz de Deus era inaudível.

Quando parecia ser essa a melhor forma de Deus se revelar, Jesus, “o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder” (Hb 1.3), nos é enviado, “na plenitude dos tempos” (Gl 4.4) e transforma de uma vez por todas nosso destino e condição. Éramos como ovelhas desgarradas (Is 53.6), mas agora temos O Bom Pastor.  Não apenas nossos ouvidos são abertos à voz do Altíssimo, mas nossos olhos. Com Cristo, o império da morte ruiu.

Como nenhum profeta, Jesus transmite de forma cristalina a palavra de Deus. Indiscriminadamente, sua voz é ouvida na Palestina e, posteriormente, em todo o globo. É Ele a Palavra; por Ele tudo foi feito; nele habita a plenitude de Deus. Quando ele cita o texto de Deuteronômio 8.3 na tentação (Mt 4), quando ele acusa os fariseus de não ouvirem e praticarem a palavra do Pai, Ele falava de Si mesmo. O mundo foi visitado em carne por Deus. “O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz”. O que era impossível, agora se torna real: através de Jesus, vemos Deus.

A única forma de conhecermos Deus, seu amor por nós e o poder de sua Graça é nos rendermos a Jesus, pois não há relacionamento com o Pai sem o Filho. Quando fazemos isso, nosso espírito recebe suas belezas e suas riquezas. Sua graça nos envolve e retira a condenação do pecado; restaura nossa posição de filhos e nos livra da morte – a eterna! Somos transformados, definitivamente, à imagem e semelhança de Deus. O que era palco de pecado e imundícia torna-se sua habitação, após um lavar regenerador do Sangue do Cordeiro.  Tudo converge para Cristo. Ele é o assunto. Ele é o motivo de uma vida de adoração. Ele é a verdadeira inspiração. É a Ele que devemos ir. Entender isso é entender a vontade de Deus.

Há momentos que nossa fé balança e não conseguimos ver quem somos para Deus, principalmente quando tudo parece dar errado. Somos bombardeados por perguntas a respeito da preocupação e do amor de Deus por nós. Sentimo-nos abandonados e esquecidos. É porque Deus nos ama que tudo isso aconteceu. Por nos amar, Jesus veio, sofreu, morreu e ressuscitou. Sim, ele se preocupa conosco e nos ama incondicionalmente. Como eu sei? Jesus é a resposta.

Eu quero terminar este comentário com uma oração de Paulo pela igreja de Éfeso. Porque antes de tudo, é a vontade de Deus “que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus” (Ef 3.17-19).

Obrigado, Senhor, por Jesus!

Deus abençoe você!

Fonte: lagoinha.com

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