“A minha alma está desejosa, e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.” (Salmo 84.2.)

Fomos, minhas irmãs e eu, almoçar na casa de mamãe. Que domingo delicioso!  Minha mãe, três filhas, três netas e um neto. As mulheres reinaram... Todas na cozinha, falando, picando, refogando, palpitando, enfim, cozinhando. A preparação desse almoço demorou mais tempo que realmente precisava, pois o ato de se alimentar era somente a consequência de toda aquela intimidade familiar. O tempo decorreu sem correr com o tempo.

Esses são momentos cada vez mais raros, nessa doutrina do fast food, daqueles lanchinhos rapidinho que não alimentam apenas enchem o estômago. E vamos vivendo assim: lanches rápidos, relacionamentos relâmpagos, orações instantâneas, adoração de três segundos... Contamos o valor do nosso tempo através de cifras.

Que tempo pode ser mais produtivo que “preparar o almoço”, por horas, na cozinha do Pai, e principalmente, na companhia do dele. Mesmo que a cozinha seja o quarto, e a preparação do alimento de madrugada. Os dias vão passando e os momentos de intimidades com o Senhor sendo substituído pela política da “boa vizinhança” que não passa do bom dia e tchau.

Deus, desde sempre, busca relacionamento com seus filhos. Desde Adão, quando Ele ia toda tarde visitá-lo. Deus investe tanto em relacionamento que não hesitou em enviar seu Filho para recuperar a comunhão perdida. Hoje e por causa disso temos acesso a casa e até a cozinha do Pai, e o que fazemos com esse privilégio? Estamos fazendo lanches rápidos diante de um banquete que Papai quer preparar conosco, juntinho, como família que somos.

Naquele domingo, na casa de minha mãe, ninguém tirou fotos, mas não foi preciso, pois aqueles momentos estão gravados e fotografados na minha alma.

Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios. (Salmo 84.10.)

Por: Nilma Gracia Araujo

Fonte: lagoinha.com